Castelos, edifícios, monumentos e outras obras realizadas pelo homem, em suas diversas épocas, podem ser eternizadas com um clique pelo olhar sensível de um fotógrafo. A fotografia é a arte da releitura, da interpretação, e que apresenta e ressalta as características da arquitetura. Um fotógrafo capta os ângulos mais interessantes, as luzes, as cores, as formas, as linhas e composições, e traduz em imagens.

Ser arquiteto torna o trabalho de foto ainda mais detalhado. Utilizando seu conhecimento acadêmico, esse profissional consegue analisar os ambientes e ter um olhar diferenciado, valorizando o projeto, seu conceito e seus detalhes. Arquiteto e fotógrafo, Edierk Casusa de Melo Barreto, da Casusa Expressando Arquitetura, em Caraguatatuba, é um desses profissionais que une os dois tipos de arte em seus trabalhos, por meio da fotografia e produção de imagens 3D.

 

 

“Existe uma relação muito estreita entre essas duas áreas. Cada estilo arquitetônico representa uma época e uma cultura, como o antigo Egito ou o período clássico. Com o surgimento da fotografia, a documentação da arquitetura se tornou muito mais fácil, assim como os costumes e características de cada período”, comenta Edierk. “Há quem diga que a primeira fotografia produzida foi de arquitetura, onde um fotógrafo registrou a vista do seu quintal pela janela de casa. De qualquer forma, esse tipo de trabalho ajudou a acelerar a divulgação dos projetos entre os arquitetos de cada época, influenciando e motivando a evolução desse segmento.”

O especialista destaca que a composição é um fator essencial e está presente tanto na arquitetura como na fotografia. “Uma boa composição guia, agrada e encanta os olhos. Acredito que as duas áreas expressam nosso ‘eu’ criativo e tornam ideias palpáveis, que antes eram apenas um conceito. Tanto a fotografia quanto a arquitetura nos dá a chance de ver algo realizado por outra pessoa e ter nossas próprias interpretações, como o quadro de um artista plástico.”

A arquitetura está em constante transformação e, para ter um registro de forma adequada – seja uma edificação, espaço público, ambiente interno ou objeto de decoração –, é preciso amplo conhecimento por parte do profissional, com técnicas e equipamentos específicos. “A fotografia de arquitetura conta uma história, reproduz um ambiente, uma fachada ou um projeto, e cada imagem contém diversas informações que, muitas vezes, não notamos em um primeiro momento. Além de um equipamento apropriado, tem o olhar diferenciado de quem produz a imagem. A fotografia valoriza o trabalho do arquiteto e ainda ajuda a documentar seus projetos, criando um histórico e permitindo até uma análise de sua evolução profissional”, afirma.

 

 

Influências na carreira

Com pai marceneiro, Edierk sempre foi influenciado pelo universo criativo e da construção civil, o que acabou se tornando uma escolha para a carreira. Aos 15 anos de idade, durante o segundo ano do ensino médio, ele começou o curso de Edificações no IFSP Caraguatatuba. “Ampliei meus conhecimentos na área, com matérias práticas que uniam arquitetura e engenharia civil e, ao final do curso técnico decidi que faria arquitetura. Cinco anos depois, me formei arquiteto e este ano venho buscando outras opções nesse segmento. Além de atuar em projetos, continuo estudando, pois uma das metas é voltar às salas de aulas, mas para transmitir conhecimento.”

Para o profissional, um dos grandes encantos da arquitetura é possibilidade de ter, em cada projeto, um trabalho único e personalizado de acordo com as necessidades do cliente. “Acredito que, na arquitetura, não precisamos seguir apenas um estilo. Prefiro a ideia de ‘ateliê’, onde cada trabalho é um desafio único, tratado de forma diferente e fugindo dos padrões. Primeiro, gosto de fazer um croqui à mão livre, simples e objetivo, para definir os espaços de forma mais maleável e segura. Depois, o projeto vai para computador. Gosto dessa experimentação, de desenhar um espaço para cada necessidade, através de testes de plantas, escolha de materiais, cores etc. Esse é meu processo criativo e que me faz ‘sentir’ cada projeto.”

A fotografia na arquitetura surgiu para Edierk como um hobby. Entre 2016 e 2017, começou a fotografar elementos que gostava, como paisagens, arquitetura, vegetação e situações do cotidiano. “Percebi que, toda vez que conseguia uma boa foto, me sentia realizado. Comprei minha primeira câmera semiprofissional, mas ela quebrou no mesmo ano. Isso me levou a estudar outras vertentes da fotografia e aplicar alguns conhecimentos que adquiri na produção de imagens pelo computador. A fotografia é muito mais visão e composição do que equipamentos caros e sofisticados, e esse estudo agregou muito ao meu trabalho”, conta o profissional.

 

 

A importância da fotografia para a arquitetura

Segundo Edierk, a fotografia é capaz de documentar e eternizar uma época, mas também pode ser crítica, expressiva e trazer informações que contam uma história. Ele ainda destaca que, cada vez mais, as pessoas têm menos tempo no dia a dia, sendo essencial a produção e divulgação de fotos que tenham mais conteúdo e sejam capazes de atrair o público-alvo em apenas uma postagem.

“Hoje, a fotografia é amplamente difundida e faz parte da vida de todos nós, principalmente devido às redes sociais. Por isso, quando o tema é arquitetura, ter boas fotos, produzidas com um olhar profissional, faz toda a diferença. Por um lado, é possível demonstrar um projeto de forma clara, tornando mais acessível ao público que não tem um conhecimento técnico. Por outro, as imagens terão a qualidade adequada para despertar o interesse, por exemplo, das marcas de produtos e materiais, que utilizam as fotos em seus catálogos e fazem reposts de forma mais criteriosa”, complementa.

Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Edierk, confira o perfil no Instagram @edierkcasusa e a página Casusa Expressando Arquitetura no Facebook.